9 de outubro de 2007

Tinha sua mochila nas costas, e escutava música enquanto andava pelas praças da cidade, um dos fones de ouvido caído sobre seus ombros. Ele parou sua caminhada, olhou em volta, respirou fundo para sentir os ares da cidade entrarem frios pelo pulmão e olhou em volta novamente. Sensação de liberdade.

Estava mais velho agora, e como velho, me refiro a maturidade, e não apenas números sem sentido. Não se fica mais velho somente por apagar um bando de velas em cima de um bolo. Se fica mais velho com independência, auto-sustentabilidade, com asas, antes mantidas escondidas, e agora prontas para voar o mais alto e longe possível.

Junto com ele estavam alguns poucos amigos, amigos de verdade, não aquelas pessoas que se atura para ser sociável. Quando consideraram que haviam explorado Paris o suficiente para um primeiro contato, eles se dirigiram a uma hospederia que parecia barata. Como era o único ali que falava um pouco de francês, ele se aventurou e pôs em prática seu ano e meio de curso. Pediu por um quarto, o mais em conta que tivesse, e tentou organizar um meio para que todos os mochileiros pudessem dividi-lo, para poupar despesas. Com tudo organizado, pagaram com o dinheiro que haviam conseguido em Madrid e sairam pela cidade. Agora já tinham aonde voltar a noite.

Andaram um pouco mais, para conhecer melhor a cidade-luz e partiram em busca de um bico que os ajudasse a seguir o caminho pela Europa. Santo Euro! Pelo resto da semana, e talvez um pouco mais, teriam tempo o suficiente para se acostumar e se afeiçoar por Paris... Ah! Liberdade.

2 comentários:

laura lima disse...

e essa sensação de maturidade realmente não vem com a vela no bolo...você faz anos em um dia e se dá conta que cresceu anos depois...bizarro até,isso!
bjo
:}

Arlequina disse...

Quem sabe um dia os mochileiros deixam de ser de papel e tinta para ser de carne e osso. ;)