23 de setembro de 2007

Morte e vida

Uma maneira diferente e mais prática de encarar-las.

O homem ali presente não era querido por nenhum dos outros que compareceram à ocasião. Ele terminou o evento com o fechar do caixão e se dirigiu à saída, antes passando pelo viúvo e por seus filhos, os cumprimentando com “meus pêsames” e “sinto muito”. Esses discursos já haviam perdido todo seu sentido para ele, que tinha como profissão gerenciar todo o processo do velório. Ele dirigia o carro funerário, e arrumava o salão, bem assim como fechava o caixão, e junto com ele vários outros corações de parentes e amigos do falecido. A morte para ele era triste, mas necessária. Afinal, era ela quem providenciava seu pão de cada dia.

Trabalhava vendendo seguros. Não gostava muito, até porque ganhava pouco e era algo entediante, não era? Só se divertia quando aparecia algum cliente, exigindo seu pagamento e contando as mortes de seus familiares, cônjuges ou amigos, muitas vezes interessantes. No fim das contas, esse emprego o tinha feito ter menos medo da morte, por ela ser algo inevitável. Contudo, dentro do escritório, ela deveria ser evitada ao máximo, para que não ocorram mortes e que a empresa não perca dinheiro. A vida para ele era chata, porém necessária. Afinal, era ela quem providenciava seu pão de cada dia.

18 de setembro de 2007

Azul X Verde

Ele cresceu com o azul. Era um menino e, portanto, quando nasceu teve o quarto pintado de azul, assim como seu berço, suas roupas de bebê,e todo o restante de seu enxoval. Desde os primeiros meses de sua vida, o garoto aprendeu a conviver com o azul e todas suas tonalidades.

Quando ele se fazia mais chocante e repressor, o menino se sentia assustado, receoso, ou pelo menos se sentia no começo, até o momento que, quando mais velho, apenas se sentia chateado, magoado. Porém, quando o azul era suave, tranqüilizante e acalmante, ele se sentia satisfeito consigo mesmo e em paz.

Todavia, tais extremos não puderam evitar que o menino conhecesse outras cores assim que saísse do quarto. Mas mesmo com as novas experiências ele não pôde fugir da influência do azul. Foi quando conheceu o verde, e por ele se apaixonou. Era a cor dos seus sonhos. Era bonita, fria porém com uma simpatia característica, coisa fora dos limites do azul que teve em todo seu crescimento.

O azul não gostou desta mudança cromática, é claro, porém nada pôde fazer para evitar que o menino amadurecesse e começasse a viver em um quarto verde, visitando seu velho berçario azul raramente. Porém, o que mais chateava o garoto quando ele retornava ao antigo quarto, eram as paredes e mobílias que clamavam pela sua volta. Elas usavam uma voz tão carinhosa, e ao mesmo tempo pertubadora que o faziam se sentir culpado. Culpado de ser mais feliz do que antes.

15 de setembro de 2007

As massas

As massas não são facilmente influenciadas

As massas são facilmente adaptadas a uma realidade nova.

Ou isso, ou cozidas com molho vermelho.

Fica ao seu critério.

13 de setembro de 2007

Este é um post sem título, sem tags, e praticamente sem conteúdo.

11 de setembro de 2007

Orgia

We have to take our clothes off to have a good time! (So Sexy)
We have to party all night!

9 de setembro de 2007

Para escrever é necessária uma grande dose de criatividade, isso todos sabem. Ela pode vir por meio de inspiração, ou forçada mesmo. Para escrever é também necessário um bom domínio da língua, e saber lidar com as palavras, sabendo utilizar recursos gramaticais para atingir seja lá o que se queira atingir. Mas uma coisa que as pessoas não costumam perceber muito quando leêm alguma coisa é o motivo que está por trás daquele texto. A razão pela qual ele foi escrito.

Há inúmeras possibilidades para esta questão. Um escrito pode ter sido feito por felicidade, tristeza, amor, desilusão, tédio, obrigação, ódio, por se ter ouvido uma música, visto um filme ou ainda lido outra coisa qualquer...

Bom, não este. Este foi feito (Ou melhor, ainda está sendo) para puro desabafo.

Eu estou me vendo aqui, digitando este texto, com um prato que continha um sanduíche e um copo que já estivera cheio de Coca-Cola ao meu lado, e estou me sentindo nojento. Não saberia explicar direito o porquê disto. Tomei banho há pouquíssimo tempo, mas talvez a combinação de comida já comida, do meu corpo (cujo, por sinal, eu estou enojado com todas as minhas forças) num pijama verde e ligeiramente apertado, e da minha confusão esteja causando algum efeito.

Eu estou com aquele sentimento de ódio e amor ao mesmo tempo, aquele que todos conhecem. Eu amo poder usufruir de uma experiência tão maravilhosa quanto a de estar vivo, que apesar de parecer frase feita é a mais pura verdade. E amo também ser humano e poder perceber o quanto isto me beneficia, e não apenas passar por aí como um cachorro, uma aranha ou qualquer outro animal que nasce, vive e morre, sem se dar conta dos bens e males que isso traz. Porém, eu odeio ser humano e ter essa sina que se chama raciocínio. Odeio pensar, pensar, pensar, e não conseguir parar, não conseguir cancelar esta ação. Cansei de tentar entender tudo e todos, até porque isso não é possível, e me frustra tanto essa impossibilidade. Me frustra saber que assim que eu bater as botas, acabou. Como assim eu me matei de raciocinar e pensar e racionalizar pra desligar assim, do nada?

Também estou me sentindo de certa forma pressionado em ter que escolher uma coisa ou outra. E não é bem assim que funciona... Não quero magoar ninguém e isso me deixa culpado por preferir uma à outra.

E, bom, meu fôlego acabou...

Such a lonely day and it's mine..