31 de agosto de 2007

30 de agosto de 2007

Tempos Dourados

Quando se viram pela última vez, eram relevantemente mais jovens. Naquela época, ambos ainda tinham movimento no quadril e o exercitavam naquelas noite animadas de brisa friazinha, na qual os garotos emprestavam suas jaquetas de couro para as meninas que sorriam em agradecimento sempre cheias de esperança. Durante aquele período eles foram rebeldes com atitudes que hoje seriam consideradas castas e puritanas, e se surpreendem com o fato de que o comportamento rebelde dos adolescentes de hoje não seja considerado como tal, exceto quando ele extrapola os novos limites impostos, como gravidez, uso de drogas ou coisa que os valha.

Eles sorriram e se olharam como quem diz: "Te conheço de algum lugar, não conheço?". E sendo assim tentaram se lembrar. O senhor lembrava da época em que era um garanhão, chamando todas as meninas para dançar no salão e as embebedando de ponche. A senhora se recordava da sua época de mocinha, quando foi beijada pela primeira vez pelo homem da sua vida, que conheceu também num baile, porém até hoje ela não sabe que ele a embebedou para poder facilitar o processo do flerte que durou um tempo.

- Boa tarde. - Disse ele determinado.

- Boa tarde. - Ela respondeu sorrindo. Ele também se lembrava dela, talvez agora ela refrescasse a memória e descobrisse de onde o conhece.

- Não me leve a mal, mas estive ali te olhando e pensei... A conheço de algum lugar, não conheço?

- Oh, de maneira nenhuma. Para ser franca com o senhor...

- O senhor não, você. - Ela deu um sorrisinho bobo.

- Então, para ser franca com você, também me perguntava a mesma coisa.

- Pois é... Da onde será? - Ele pareceu buscar algo na memória ao mesmo tempo que ela fez o mesmo. - Bom, ajudaria se soubéssemos os nomes de cada um.

- Ah, pois não! Que indelicadeza a minha... Maria Ângela. E o do senhor?

- Carlos Eduardo. E senhor está no céu, por favor. Onde você estudava?

- Ah, me formei no Colégio João Baptista para Meninas.

- Então não foi de lá que nos conhecemos... Porém esse nome, Maria Ângela, me é familiar.

- Você não era amigo do Oswaldinho?

- Oswaldinho?

- É... Aquele, primo da Odeth, do João Baptista. Ele ia sempre lá nos portões da escola junto com alguns rapazes.

- Não, não... Não conheço nenhum Oswaldinho. Talvez seja o Osmar, lá da Rua das Laranjeiras.

- Você morava por lá?

- Morava, por quê?

- Ah! Mistério resolvido então! Eu morava logo atrás, na Rua Amélia! Sempre reuníamos o povo para ir até a Praça 15 de Novembro. Se lembra?

- Sim, nós jogávamos um futebol e vocês assistiam.

- Verdade.

- Nossa, que ótimo te rever, Maria Ângela.

- Realmente, Carlos Eduardo. Dá uma sentimento bom, um pouco saudoso.

-Pois é... - Ele olhou para o horizonte por um tempo e então retornou. - Tenho que ir agora, estou ocupado, comprando coisas pro meu neto que vai viajar.

-Bom, então se cuida! Nos vemos por aí, certo?

- Certo, até mais hein?! - E se despediram com um beijo no rosto.

29 de agosto de 2007

Pensamentos ao léu...

"Your love alone won't save the world" - Manic Street Preachers

"Regras Sociais:
Regra nº 1 - Ao sair de casa para o shopping leve aquelas sacolas de grife que você só comprou UMA vez na vida e olhe lá. Quando comprar algo no shopping, ponhas as sacolas das lojas onde comprou dentro das de grife e caminhe pelo shopping as balançando. Assim todos pensarão que você é rica e poderosa. Ao sair do shopping, porém, passe em um supermercado e substitua todas as sacolas pelas de supermercado. Ladrões obviamente se interessam mais por sacolas de grife do que de supermercado. =)

Esse foi mais um "Teddy avisa".

Nota mental: Criar mais regras"

"Meu cabelo ficou bonito."

E é isso aí... Sendo fútil e vivendo. Faz parte...

25 de agosto de 2007

Suspiros e reclamações

Suspirou uma vez e se sentou sobre um cogumelo que parecesse resistente. Olhou em volta e notou a quantidade de cogumelos parecidos que encontrava espalhados pelo chão. Eles variavam em cores e tamanhos. Também observou os gnomos que andavam ocupados no jardim, fazendo mil tarefas, entre elas planejar o jantar daquela noite: uma criança gordinha e apetitosa. Viu, sem um piscar de olhos, grandes fênixes no céu a voar despreocupadas e também duendes adolescentes comentando com suas gírias sobre mil-e-uma maneiras de enfeitar seus gorros.

Levantou-se devagarzinho e caminhou em direção à fonte de águas mágicas, passando pelo caminho elfos, grifos e doninhas falantes. Aquela fada se apoiou sobre a mármore da fonte e ficou observando nas águas as pessoas que lá eram visíveis.

Eram seres humanos, nada mais do que isso. Andando em calçadas pavimentadas, escutando I-pods, correndo, indo ao trabalho de ônibus, sendo assaltados, sorrindo de alegria, chorando de raiva, perdidos em emoções e muitas vezes expressando opacidade.


Foi então que a fada suspirou outra vez e deixou sair baixinho, mais para si mesma do que para qualquer outro: Que vida sem graça a minha.

24 de agosto de 2007

Sex on the Beach

Assim que eu sento naquele banco de praia, eu me sinto vivo e percebo como é bom viver só para vivenciar essas coisas...

Praia ao fundo, com direito a areia - até que bem limpa pro normal - e água verdinha, que só o mar de Santos tem. Tudo bem que todos sacaneam, mas a praia nem é tão suja/feia assim, eu gosto. Bom, lá estava a praia e também o céu azulzinho, azulzinho, o que é ótimo porque normalmente ele é cinza de dia e laranja de noite, por culpa da neblina da Serra do Mar e das luzes que ficam refletindo sem parar, então quando ele limpa, eu fico animado.

Barraquinhas de pastel e água de coco enfeitam o local, mas o melhor... O melhor é ver a quantidade de gente que vem correr/malhar/pegar sol/levar filhos/tanto o faz na praia. É assim: Um tanque após o outro. Não que eu seja muito estilo dona de casa, aqueles que adoram um tanque, mas que vai vai. E também existe variedade na praia, não é verdade? Tem de tudo. Nossa. Praia de manhã/tarde é uma delícia. Só eu me manter a uma distância razoável da areia, que estamos combinados... Eu fico lá... Só de butuca, quase tendo orgasmos ópticos, e a praia fica atrás servindo como um lindo pano de fundo....

A única coisa que falta nesses momentos é um daqueles barzinhos dignos de festa de 15 anos, onde você pode sentar na boa e pedir por sex on the beach.

23 de agosto de 2007

Medos de Criança

Sabe que eu estava lembrando daquele livro/filme (Sou pseudo-intelectual, então só vi o filme) "To Kill a Mockingbird", ou em português, uma tradução tosca que descobri agora chamada "O Sol é para Todos"... Enfim, o que importa é... No filme, existe um bando de crianças pentelhas que têm medo de um cara que mora no fim da rua e sofre de uma doença mental. O filme não é basicamente sobre isso, mas o que interessa é que eles se aventuram em uma jornada "mucho loca" até a casa desse cara no escuro e tudo o mais...

Isso me fez lembrar dos meus medos de criança. Não que eu tivesse muitos amigos no bairro (Ahn... Sem explicações por aqui), mas eu tinha o grande Matheus/Theta, hoje mais conhecido como "Laderão", e enfim, eu lembro que a gente morava na mesma quadra, mas em ruas diferentes, e bem na nossa esquina tinha um consultório/escritório e que de noite ficava sinistro. A gente se aventurava só de ficar na porta se achando o máximo perto com os garotos mais velhos ("mais velhos" naquela época significava ter 13 anos). Pois é.... Coisas que crianças babacas não fazem, não é mesmo? Aliás, tirem o "babacas", pois é redundância.

Porém o consultório/escritório era fichinha se comparado com a casa no fim da rua da minha vó.
É o seguinte, meu avô e a minha avó moram numa rua pequena, com 4 prédios concentrado em um lado e em um canto da rua, e o resto é tudo casa... Tem, uma, bem na esquina oposta a qual meus avós moram que eu morria de medo. Mas esse era um medo pessoal, que eu não compartilhava com ninguém, até porque não tinha com quem compartilhar. Só o que eu sabia era que aquela casa vermelha tinha um muro grande na frente, e era cheia de árvores dentro, as árvores que pareciam as mais velhas do mundo, e que tinha um anão de jardim em cima do muro ou em algum lugar visível (ou eu inventei, tentando relembrar), e que nunca se foi vista a pessoa que morava lá (não por mim), mas que as luzes sempre estavam acesas, estavam.

Hoje em dia, não tenho mais medo da tal casa, ela ainda existe e eu passo por ela todo dia na volta da escola, mas não tenho mais medo... Hoje as pessoas têm medo de coisas bem mais bobas e sem graças como assaltos, seqüestros e acidentes aéreos...

Blá.

22 de agosto de 2007

Dia de Faxina

Para estrear nada melhor do que um poeminha um tanto quanto infantil e mal-feito, feito por mim. Momentos de inspiração insana.


Dia de faxina.

Minha doce sonequinha

Vai ter que esperar.

Dia de faxina.

Escolho a cozinha.

Vou me superar!

Lava louça,

Seca louça,

Guarda louça,

Poxa!

Tira aqui,

Põe ali,

Para quê...?

- Pára aqui!

Já acabou?

- Mãe, já vou!

Dia de faxina.

Tudo brilha.

Eu suspiro,

Ai que sooono!